Educação: Competência na Formação Educacional dos Educadores Alexandre de A. Ferreira
A Educação e Formação dos Educadores
Diante das crises evidentes que o mundo moderno vem demonstrando neste início de século, em todos os âmbitos do saber e do fazer humano, principalmente no âmbito da Educação, encontramos os conceitos de autonomia, emancipação e liberdade que nos remete mais uma vez a refletirmos sobre as novas competências para educação, novos entendimentos sobre aprender a conhecer que também é aprender e aprender e a aprender a fazer, que são umas das formas de relação e da ética pedagógica. Essa reflexão deve ocorrer para que possamos compreender e educar, ensinar a pensar sobre os diversos problemas existentes, diante dos diferentes contextos culturais de uma sociedade que se altera profundamente dia a dia em seus processos de socialização e de formação. Assim, para Jacques Delors, “A educação deve transmitir, de fato, de forma maciça e eficaz, cada vez mais saberes e saber-fazer evolutivos, adaptandos à civilização cognitiva. Pois são as bases das competências do futuro” (DELORS 1998, p.89). Assim também, Paulo Freire diz que o educador-professor deve desenvolver uma relação constante entre teoria e prática com seus educandos e jamais o professor pode ser um mero transmissor de conhecimento, mas sim um grande agente de transformação educacional.
“A prática docente crítica, implicante do pensar certo, envolve o movimento dinâmico, dialético, entre o fazer e o pensar sobre fazer. (...) Pensar certo – e saber que ensinar não é transferir conhecimento é fundamentalmente pensar certo” (FREIRE, 1996, p.43,54).
E é neste contexto que os autores Delors (1998) e Freire (1996) vem trazer uma reflexão, um modelo ideal de educação diante da pluralidade dos contextos sociais-educacionais que travam à multiplicidade e ao reconhecimento de um mundo transformador, onde o ato de “Educar” se torne novos moldes e técnicas, que se renovam, e constantemente, renovam os objetivos da educação. Portanto, dentro desta realidade que introduzimos aqui, sirva de base, auxílio e ponto de partida para reflexões, nos novos moldes do sistema educacional e de seus educadores, principalmente sobre a ética e competencia educacional, na busca de um desenvolvimento de novas potencialidades, para uma educação competente, dentro das novas exigências impostas pela cultura, ética e da cidadania. No decorrer da história, podemos constatar que os professores foram desenvolvendo, pelo seu papel em diferentes ocasiões que hoje é evidentemente encontrado em crise de desprestígio. Assim, neste contexto de educação vigente, entendemos a importância da formação educacional dos professores como uma necessidade que a cada dia, seja pelos meios públicos e gratuitos, seja pela incansável busca de diferentes recursos, através das pedagogias, de um sonho, esperança, autonomia, o meu eu individual, o eu pessoal e o eu social, segundo Martin Buber, deve ser transformado em Tu, e indo mais profundamente podemos nos perguntar: porque não, ser, Eu, Tu e Nós? .
Métodologia tradicional de ensino: é necessária se transformar
Visando atingir nossos objetivos, pauto-me agora em um grande educador, Paulo Freire, que procura ressaltar a necessidade de uma educação libertadora, autonoma e esperançosa para os educando como também para os professores. Existe atualmente a urgência de reformulação dos modelos tradicionais de formação docente no Brasil, não apenas entre pesquisadores, mas em toda sociedade. Somente a partir de um comprometimento dentro de uma relação dialógica e comunitaria, podemos reconhecer que tanto os educadores como os educandos, sofrem com o método do aprender por aprender e não aprender para aprender e viver. Só podemos pensar em mudança da prática docente se reformularmos a atuação junto aos professores e, para tal, a preparação profissional inicial ou continuada, constituem grande estratégia de formação do professor, desenvolvendo-lhe competências necessárias para atuar no novo cenário, posto que a maior parte das reformas educacionais que vêm sendo adotadas, contemplam a formação inicial dos professores, as medidas de aperfeiçoamento, os debates, a capacitação em serviço, embora somente estas medidas não sejam suficientes para atender e abranger amplamente a questão. Segundo Myrtes Alonso:
O professor necessita de muito mais do que uma intuição para proceder à reflexão sobre a sua prática: ele precisa estar preocupado com o aluno mais do que com o conhecimento a ser transmitido, com as suas reaçoes frente a esse conhecimento, com os seus propósitos em termos de ensino e aprendizagem e estar consciente de sua responsabilidade nesse processo. (MYRTES ALONSO, 1999 p. 15).
Para Freire a prática pedagógica do ensinar e aprender, deve ter uma relação de respeito para com os educandos, gerando assim a confiança e o aprendizado com base em uma reflexão teórico-crítica e prática. O educador a cada dia se forma, aprender ao ensinar. Segundo Freire:
“Há uma relação entre a alegria necessária á atividade educativa e a esperança. A esperança de que o professor e os alunos juntos podem aprender, ensinar, inquietar-nos, produzir e juntos igualmente resistir os obstáculos” (FREIRE, 1996 p. 80).
É necessário urgentemente que nossos educadores esteja em transformação educacional, se qualificando a cada dia para que a sua docencia nao se torne rotina e desgastante.
O conhecer do educador
O conhecimento pedagógico é construído e ampliado ao longo do tempo pelos profissionais da educação, durante sua vida profissional, como resultado das relações entre teoria e prática, ao passo que o conhecimento da disciplina requer mais técnica, focado nos procedimentos de transmissão. Já a competência profissional é fruto de todo processo educativo, mais a interação entre os professores e o exercício da profissão, com seus próprios alunos. Atualmente, a expectativa que se tem do papel do professor, é a de que ele intervenha, de forma ativa e reformule sua prática através de avaliações e estratégias diferenciadas, para, com métodos alternativos, atingir a urgente alteridade, com autonomia e participação, consciente e responsável. Antes de concluir é importânte dizer que agora é o momento de se refletir sobre a necessidade de se continuar a investir em educação, na formação do educador, para que a sociedade colha os frutos através da ação social de seus professores e alunos, como um produto final reerguendo valores de pátria, nação, tornando-a mais humana e humanizadora, com modelos de vida mais digna, mais feliz e mais respeitável, entre seus cidadãos
Conclusão
No novo contexto escola-sociedade todos crescem juntos: professor, escola, comunidade, com novos sistemas de trabalho, associando-se às escolas as idéias de núcleos, onde um conjunto de pessoas trabalham, não só desenvolvendo o professor, como novas aprendizagens do exercício da profissão docente. Com sólida formação cientifica e cultural, com domínio da língua, com conhecimentos tecnológicos, articulador de conteúdos educacionais, interdiciplinar, com profundos conhecimentos de sua área de atuação, que estabeleça relações de integração da sua com outras áreas do conhecimento, implantador de projetos, alguém que valorize quem apreende, visando à melhoria da aprendizagem, do conhecimento, das habilidades e competências dos educandos. Assim podemos finalizar este artigo definindo um “professor competente” através do caráter reflexivo, crítico e ético do educador.
Referências bibliográficas
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia – saberes necessários à prática educativa, 25ª ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1996.
DELORS, Jacques. Educação – Um tesouro a descobrir. Relatório para UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI, São Paulo, 1998.
ALONSO, Myrtes. Formar Professores Para uma Nova Escola. São Paulo ed. Pioneira, 1999
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário