segunda-feira, 10 de agosto de 2009

David Hume. Investigação Sobre o Entendimento Humano

David Hume. Investigação Sobre o Entendimento Humano

Filósofo e historiador britânico, David Hume (1711-1776) nasceu na Escócia. Sua filosofia – por meio da influência de Berkeley -, desenvolveu a doutrina de Locke, e chegou a um total cepticismo. Precisamente esta atitude cética seria o ferrão que mais tarde acordaria a Kant do “sonho do dogmatismo”.
Depois de finalizar seus estudos, decidiu viajar para dilatar o horizonte de suas idéias, e assim o encontramos na Flèch (França), onde à sombra de Descartes, redigiu seu Tratado da natureza humana (em 1734 publicou os dois primeiros livros e em 1740 o terceiro). Em 1752, a seu regresso a Grã-Bretanha, foi nomeado bibliotecário na Advocacia de Edimburgo. Entre tanto ia reelaborando a matéria do Tratado; nascia assim Investigações Sobre o Entendimento Humano (Phylosophycal Eassays Concerning Human Understanding, 1748).
Depois de uma penosa doença levada com inteireza de ânimo, morreu em Edimburgo, a mesma cidade onde tinha nascido.

Principais Obras;

Tratado da Natureza Humana/ Ensaio, Política e Moral/ Investigação Sobre o Entendimento Humano/ Dos Tipos Nacionais/ Uma Investigação Sobre Princípios Morais/ Discursos Políticos/ Quatro Dissertações/ Um Relato Conciso e Genuíno da Disputa Entre o Sr. Hume e o Sr. Rousseau/ A Vida de David Hume Escrita por Ele Mesmo/ Diálogos Sobre a Religião Natural/ *História da Inglaterra.
A "Investigação Sobre o Entendimento Humano" é uma forma de definir os princípios do conhecimento humano. Hume nos apresenta de forma lógica as importantes questões sobre a natureza de todo raciocínio. O fundamento aqui exposto, é uma classificação dos objetos da consciência: impressões e idéias. Hume Chega a conclusão que de que tudo o que contem nossa mente são percepções. Percepções que poderão ser impressões e idéias.


“... As idéias das primeiras, sendo sensíveis, são sempre claras e distintas; assim a menor diferença entre elas é imediatamente perceptível e, ademais os mesmos termos exprimem sempre as mesmas idéias sem ambigüidade ou variação.” (Hume, p-77).


Esse conhecimento divide-se em "impressões" (dados fornecidos pelos sentidos tanto internos, quanto externos) e “idéias” (representações da memória das impressões).
Hume diz que devemos examinar claramente as impressões para descobri-las com maior segurança. Ele nos coloca que o principal obstáculo para nosso aperfeiçoamento é a obscuridade, e diz que tentaremos estabelecer, removendo uma parte desta obscuridade.


“O principal obstáculo para o nosso aperfeiçoamento nas ciências morais e metafísicas consiste na obscuridade das idéias e na ambigüidade dos termos”. (Ibdem, p-78).


“Não há idéia obscuras e incertas em metafísica do que as de poder, força, energia ou conexão necessária, às quais necessitamos reporta-nos constantemente em todas s nossas inquirições”. (Ibdem, p-78).

As idéias podem associar-se por semelhança (entre as impressões que representam), contigüidade espacial e temporal, e causalidade. De acordo com Hume, quando examinamos nossa idéia de uma coisa individual, tudo que encontramos são as idéias simples que se juntam para formar uma idéia complexa. Ele mudou a atenção da filosofia das "substâncias" e "propriedades" próprias, para as "relações". Tomando, por exemplo, duas maçãs, uma é mais vermelha que a outra, uma está mais próxima de mim, provando as duas uma é doce, a outra menos, maior e menor. Destas coisas tudo que a mente contem são, em primeiro lugar, ou "impressões", dados finais da sensação ou da consciência interna, ou idéias, derivadas dos dados por composição, transposição, aumento ou diminuição. Isto equivale a dizer que o homem não cria qualquer idéia. Disto Hume infere uma teoria do significado: uma palavra que não corresponde diretamente a uma impressão só tem significado se ela traz à mente um objeto que pode ser apreendido de uma impressão.
Devemos notar que Hume não distingue o sentimento como uma forma particular de conhecimento. Todos os objetos de consciência são ou "relações de idéias" ou "matérias de fato" como impressões.

“Portanto, devemos conhecer tanto a causa como o efeito e a relação entre eles” (Ibdem, p-84).

Hume coloca, que a todo o momento nós temos a consciência de nosso poder interno, seria aí um ato volitivo tratando-se de que podemos mover os órgãos de nosso corpo ou governar nossas faculdades espirituais.
Sendo assim adquirimos a idéia de poder ou de energia e que somos inteligentes e dotados deste poder.


“Pela mera ordem de nossa vontade, podemos mover os órgãos de nosso corpo ou governar nossas faculdades espirituais”. (Ibdem, p – 81).

Mas em toda essa teoria, Hume também diz que não somos capazes de mover todos os órgãos do corpo com a mesma autoridade, a exemplo disso ele coloca a diferença de mover os dedos à língua e outras partes do corpo através da vontade, mas não temos o mesmo controle sobre o coração ou o fígado.

“Afirmaremos, pois que somos conscientes de um poder ou energia de nossos espíritos quando, por um ato ou ordem de nossa vontade suscitamos uma nova idéia”. (Ibdem, p – 83).


Para concluir Hume diz que toda idéia é copiada de uma impressão ou de uma sensação precedentes; se não podemos localizar a impressão, podemos assegurar-nos de que não há idéia.

Devemos aspirar e reservar este ponto de vista, para a oportunidade mais adequada” (Ibdem, p - 93).

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