segunda-feira, 10 de agosto de 2009

A SOCIEDADE EXIGE UM NOVO PERFIL DE EDUCADOR

A SOCIEDADE EXIGE UM NOVO PERFIL DE EDUCADOR

Alexandre de Almeida Ferreira

O mundo atual confronta os educadores de duas maneiras: a primeira o educador deve reinventar a escola no sentido de ação educativa e a segunda, reinventar a si mesmo como educador. Desta maneira, a prática docente deve ser repensada, e de forma urgente, para que possa atender a todas as transformações que atingem a escola, suas concepções e suas formas de construção do saber, pois a exigência do mundo moderno tem a cada dia se tornado mais forte e intensa. Podemos então afirmar que a participação dos educadores é de fundamental importância na consolidação de mudanças que tragam uma melhoria da qualidade de ensino em nosso país.
Assim, hoje a necessidade de um novo perfil de educador se torna cada dia mais necessário, sendo que em nossa sociedade contemporânea as transformações no mundo, sejam nos avanços tecnológicos, nos meios da informação e comunicação, as relações exercem uma força brutal na sociedade, exigindo delas um posicionamento e a busca de um novo perfil frente aos desafios do que tem se chamado de pós-modernidade.
Em decorrência disso, a atividade docente vem se modificando para atender a essas transformações que atingem diretamente a instituição escolar, suas concepções, suas formas de construção do saber, pois há, sem dúvida alguma, uma mudança de paradigma que está a exigir um novo modelo de educação, e um novo perfil de educador que possam estar a serviço de uma escolarização de qualidade e atenda efetivamente, com eficiência a todas as crianças, jovens e adultos que demandam a instituição escolar. Deve-se também repensar a prática docente para fazer frente aos novos desafios. A arte da docência constitui um campo específico de intervenção profissional na prática social, assim, o desenvolvimento profissional dos educadores tem se constituído em objetivo de políticas que valorizam a sua formação não mais baseada na racionalidade técnica, muito difundida na década de 70, que os considerava como meros executores de decisões alheias, mas numa perspectiva que considera sua capacidade de decidir, seu protagonismo, sua ação compromissada ao desempenhar seu ofício.
O educador deve desenvolver uma práxis educativa como enunciada em Paulo Freire.


Ninguém educa ninguém, como tampouco ninguém se educa a si mesmo: os homens se educam em comunhão, mediatizados pelo mundo”.(Freire, 1975, p.09)


Ou seja, isso significa que dentro do processo de conscientização ninguém aprende sozinho, mas sim em comunhão. Esse deve ser o trabalho do educador, esta junto com a sociedade, sentir aquilo que ela precisa buscar novas direções educativas para aquela realidade, se tornando assim um agente de transformação.
Portanto a participação dos educadores é de fundamental importância na consolidação de mudanças que tragam efetivamente uma melhoria da qualidade de ensino em nosso país. Sem ela, seu consentimento, seus saberes, seus valores, suas análises na definição de ensinar, de organizar e de gerir escolas, de propor mudanças nas formas de ensinar, de definir projetos educacionais e formas de trabalho pedagógico, quaisquer diretrizes, por melhores que sejam suas intenções, não se consolidam, não se efetivam. Sem o aval dos educadores, mudanças não se realizam. Por isso, não é qualquer um que pode ser educador. Por isso também não é qualquer educador que consegue fazer frente a esses desafios, pois é preciso que ele exerça sua função com dignidade, que não se esgota na formação inicial, pelo contrário está a exigir também, um processo de formação permanente que tomem a prática docente como fundamento para a reflexão, que desenvolvam no educador a postura de profissional reflexivo, pesquisador da própria prática, munido de formação teórica competente que o prepare para ver o mundo na sua globalidade e não de forma fragmentada, diz Pedro Demo.


Diante desses horizontes, salta aos olhos que necessitamos de uma educação muito diferente daquela usual. Em primeiro lugar, precisamos de educação que puxe o desenvolvimento, não que se arraste atrás, representando o atraso. Para tanto, carece corresponder ao desafio de manejar e produzir conhecimento, ou seja, deve superar a exclusividade da didática ensino-aprendizagem, tipicamente reprodutiva/transmissiva. Trata-se de superar a exclusividade, porquanto continua relevante a função da escola no sentido de socializar conhecimento disponível. (Demo, 1992, p.24)


O educador, seja da educação infantil, do ensino fundamental e médio ou do ensino superior, é um ser inserido num contexto social, que tem sua dimensão pessoal e sua dimensão profissional. Não podemos ver o educador como um ser descontextualizado, idealizado. Ele é um ser complexo e que não se desprende dessa complexidade quando entra na sala de aula. Ele é um ser real com contas a pagar, com problemas de toda ordem para enfrentar. Ele deve assumir seu ofício na inteireza do seu ser. É assim que devemos encarar o profissional da educação. Para mim, a docência da melhor qualidade se constitui a partir de cinco dimensões da competência que o professor deve desenvolver, são elas: dimensão profissional que deve dominar com propriedade sua área de atuação, a dimensão humana que podemos enfatizar as relações interpessoais, a dimensão ética que se relaciona com o respeito e solidariedade, um bem coletivo, dimensão social-politica, que podemos enfatizar os trabalhos de construção coletiva da sociedade e o exercício dos direitos e deveres, dimensão didático-pedagógica, que envolve o domínio dos processos de ensino aprendizagem, suas metodologias.
Portanto o desafio é grande, existem questões estruturais e conjunturais a enfrentar, mas, se acreditamos na tarefa da educação não podemos perder a esperança e mais do que isto, precisamos nos colocar a caminho e lutar para vê-la efetivada, concretizada.



Referências bibliográficas
FREIRE, Paulo. Conscientização: teoria e prática da educação. São Paulo: Cortez e Moraes, 1979.
DEMO, Pedro. Desafios modernos da educação. Petropolis: Vozes, 1993.

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. SOCIEDADE- um termo generalizador.

    Essa ideia de generalizar um modo particular de pensar que joga com a palavra SOCIDEDA, como se esta exigisse mesmo alguma coisa passou a ser a tática mais sem vergonha dos governos perversos e neoliberais canalhas, que deixaram de olhar para o professor e para a professora como um agente promotor dando-lhes vários nomesm: facilitador, mediador, termos simplórios que reduzem estes bprofissionais a nada, uma figura importante que além de pessoas, também forma opinião, profissionais em todas as áreas, do médico ao juiz, o promotor, o advogado, o padre, o sacerdote, o pastor, da mais sofisticada a mais símples das profissões, não tem um que não se submeteu ao crivo de um professor e de uma professora que, nos últimos 20 anos de PSDB em São Paulo, de figura central do foco educativo, passou a ser visto como mediador e bajulador do aluno, que se tornou imune a qualquer tipo de lei, um imune que nse torna cada vez mais impune perante seu mestre quer nada pode fazer a não ser REZAR mil vezes para poder contar com a ajuda dos anjos para enfrentar uma violência diária dentro dos ringues das escolas. Hoje o aluno ameaça, desafia de fiorma negativa o professor só para ver se este vai perder o cargo, e faz isso porque deram muita moral a eles. Esse discurso imoral que coloca toda a responsabilidade do caos da educação nas costas do professor já é obsoleto e precisa mudar. Especialistas que nunca entraram numa sala de aula numa periferia onde a violência é gigantesca estão vendendo seus livros heréticos para denegrir a imagem do professor. O foco passou a ser o aluno que pode tudo, e a sociedade, esta, virou o argumento de susentação da verborragia de palavras e ideias que permeiam e torram a paciência daqueles que se encontram nas escolas enfrentando a delinquência juvenil que vem de casa onde as famílias matriculam os filhos para ganhar 200 reais por mês e o governo estadual ainda oferece um kit educação superfaturado distribuido nas escolas no início do ano letivo.Estamos numa sociedade permissiva aonde os governos, também permissivos, tiram o foco do personagem mais importante e central da escola e transfere essa importância ao aluno.Tudo tem contribuido para inferiorizar aqueles que dão o sngue dia dia numa sala lotada. Enquanto um vereador semi analfabeto e um deputado que mal sabe discursar possuem auxílios de todos os benefícios que se pode imaginar, e verbas públicas para gastar com reuniões, festas e palestras, o professor tem que dar aulas em duas três escolas para ganhar um salário que não compensa os riscos que corre com pequenos infratores que podem surpreender a todo instante. O professor não precisa ser reinventado, os governos, as gestões escolares (nada democráticas) sim, e as escolas não poderão ser reinventadas, mas BEM ESTRURTURADAS e o professor ser dignamente bem remunerado com uma carga horária de no máximo 20 a 25 horas semanais para ter tempo para investir, ele mesmo nos cursos que achar melhor, e não estes cursinhos baratos de internete oferecido pelo governo. Querem tapar o sol com a peneira, dai os termos bonitos e fantasiosos como: Reinventar,repensar, reelaborar, tudo dna base do RÉ, enquanto isso a escola só vai andando para trás igual caranguejo!

    Sociedade exige?

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